Serão as pessoas o segredo das organizações? Sim são-no, e cada vez mais me convenço disso. Sim estou a repetir-me, pois acho que este é o novo fator de sucesso de qualquer empresa, seja ela industria gráfica ou outra. Olho muitas vezes para a organização onde estou inserido e chego á conclusão que realmente por mais que possamos fazer de tudo, o segredo do sucesso está nas pessoas, independentemente do cuidado e seriedade que tenhamos com o nosso negócio, independentemente das compensações monetárias, o mais importante é conseguir captar a atenção das pessoas e fazer com que todas consigam caminhar no mesmo sentido, sentir o pulsar da organização e acreditar sobretudo na estrutura onde estão inseridos.
Não é possível captar a atenção se as empresas não conseguirem ser solidas na forma como comunicam os seus objetivos, como partilham os seus ganhos e dores. Claro que escrever é fácil, contudo tenho a sorte de estar inserido numa mesma organização (e já lá vão 22 anos) o que me fez poder presenciar inúmeras mudanças, vários ensaios e sobretudo ver como as pessoas se vão adaptando a novas realidades, as dificuldades porque passam e quais as formas com que nos adaptamos a estas mudanças tão rápidas e necessárias nos dias de hoje.
Contudo só uma coisa hoje estou certo, é que lidar com pessoas é o mais difícil desafio que temos, porque imaginar soluções, programar sequências de trabalhos, imaginar fábricas, idealizar mundos perfeitos é muito mais fácil do que trabalhar par a par com outro ser humano, e são estas dificuldades de nos relacionarmos uns com os outros, de transformar esta convivência saudável que nos dá um gozo incrível e que torna as nossas organizações únicas e invejáveis (assim espero).
Num mundo perfeito tudo isto é fantástico, mas como vivemos num mundo onde as pessoas ainda depende umas das outras temos que realmente perceber e atuar de forma a tornar esta relação o melhor possível, olear toda a engrenagem humana, alinhando comportamentos e crenças de forma a podermos atingir objetivos comuns. Este caminho não é fácil e nunca o será, se não conseguirmos criar regras claras para todos, falar uma linguagem comum sem necessidade de descodificação e sobretudo, se não conseguirmos ter uma linha de atuação clara e percetível a todos os intervenientes. É um caminho doloroso, sem dúvida, pois necessita de ser experimentado, ensaiado e claramente tem de ser um caminho partilhado por todos com decisões difíceis e acabar com comportamentos desviantes e quintas dentro das organizações.
Acredito que os valores e missões de todas as organizações devem ser especialmente bem comunicados a todos os colaboradores e sobretudo esses valores serem propriedade de quem gere as empresas e não cópias de outros chavões de outras organizações que não se encaixam na nossa organização (são somente frases bonitas) logo não se traduzem na realidade da nossa actuação.
Termino este texto, onde toco novamente no tema pessoas, com a convicção de que este tema é um dos mais difíceis de gerar consensos dentro das organizações, mas que sendo pegado a fundo e acreditando que é por aqui o caminho de todas as empresas, se tivermos colaboradores nos lugares certos e desempenharem as funções de uma forma feliz começamos definitivamente a construir os alicerces para organizações verdadeiramente saudáveis, contudo devido às mudanças rápidas, além de ter pessoas felizes dentro das organizações temos que as ter preparadas para que num futuro próximo possam vir a desempenhar ouro tipo de atividades/funções igualmente de forma feliz.