No Sec. XV os Reis de Portugal incutiam nos navegadores que partiam para os Descobrimentos marítimos, duas grandes missões: 1. Chegar até à fonte das especiarias (Índia) para substituir, com a mais rápida e barata via marítima, o comércio das caravanas do oriente; 2. Encontrar o Reino do Preste João das Índias. Acreditava-se que existia a Oriente um poderoso Reino Cristão, onde o ouro abundava e se tropeçava em Pedras Preciosas caídas no chão. Uma aliança com este poderoso Reino Cristão, seria a chave para derrotar os “infiéis”.
Na realidade, veio a verificar-se que o tal Reino, não era na Índia, mas sim em África, numa região que se designou de Abissínia, onde um missionário de língua francesa – “Père” (Padre) João – teria chegado a ser coroado Rei. Situada numa zona montanhosa, a Abissínia não era um povo fácil de derrotar. Ainda hoje, se orgulham de nunca terem chegado a ser colonizados. A maior parte da Abissínia é hoje a Etiópia. País produtor de excelente café. Não se trata de um país rico. Mas é, sem dúvida um país de grande potencial. Nesse sentido, é um espelho do continente africano.
A Etiópia tem mais de 100 milhões de habitantes. 65% dos quais, com menos de 15 anos. 37 milhões de estudantes inscritos no sistema de ensino. 85% da população a viver em ambiente rural, mas evidenciando uma tendência significativa de migração para as cidades. O Produto Interno Bruto da Etiópia cresce acima de 10% ao ano. De uma forma geral, os países africanos apresentam rácios demográficos e económicos, parecidos com estes. O Continente africano caminha a passos largos, para ser o mais populoso do Mundo.
É fácil de intuir que o consumo tenderá a crescer em África, muito mais do que nas restantes regiões do globo. Numa Europa onde a população envelhece e diminui. Onde o consumo de muitos produtos de contrai. Onde tantas empresas lutam com inúmeras dificuldades para sobreviver… talvez valha a pena olhar de novo para o Reino do Preste João.
Vale a pena olhar para África como uma oportunidade e descobrir as formas de cooperação que possam beneficiar africanos e europeus.