Poderíamos começar desta forma: que papel desempenha a língua em que pensamos na forma como vemos o mundo? Com nome de cidade (daquela de onde partiram todos os sotaques da nossa Língua e na qual se cruzaram ao longo dos séculos as mais diversas ideias e culturas do mundo), a Lisbon Press é uma editora inteiramente especializada e dedicada à publicação de livros de “não-ficção”.
A categoria é, por definição, muito abrangente, mas para Hugo Pataias, do departamento comercial da Lisbon Press, pode até ser redutora: “Na Lisbon Press podem caber os Livros aparentemente mais distintos, em termos de género. A classificação por género ou categorias é cómoda para efeitos de organização de catálogo. No entanto, uma vez que tem esse carácter de “auxílio-à-arrumação”, não deixa de ser uma tentativa de arrumar num espaço delimitado algo tão complexo e tão livre por natureza como é um Livro. O nosso catálogo será especializado na “não-ficção”, entenda-se Ensaio, Investigação, Opinião, Crónica, Memória (memória-passada e memória-futura) – em suma, publicaremos Pensamento em Língua Portuguesa.
Uma editora como a Lisbon Press, que se dedique inteiramente à publicação de livros não ficcionais, desempenha certamente um papel de grande responsabilidade. Até porque a produção de pensamento é constante e ininterrupta, sendo que o acto de fixar esse pensamento na forma escrita possibilita um contacto quase directo entre o Pensamento publicado e o maior número possível de leitores e das suas próprias ideias. “Para esse efeito de ‘caldeirão de Pensamento´, é naturalmente fundamental o factor ‘Língua’. Os nossos livros estarão disponíveis em todos os territórios de Língua Oficial Portuguesa e à escala global, por meio de parcerias com distribuidoras internacionais que garantirão desde o início o maior alcance às ideias dos Livros e Autores que publicamos.”
Já no plano editorial da Lisbon Press, esta irá arrancar com cerca de 30 novos títulos até ao final do ano, no campo da não-ficção, no qual poderemos encontrar autores portugueses e brasileiros, sendo que alguns já são grandes referências tanto em Portugal como no Brasil, desde juristas a empresários, políticos a economistas. Contudo, irá ser dado igualmente destaque a autores emergentes e novas ideias que muito enriquecerão o catálogo da editora. “Acima de tudo estará o debate, a memória e, lá está, o Pensamento produzido na nossa língua”, conclui Hugo Pataias.