O COVID está a influenciar a forma como os designers trabalham com os fornecedores de serviços de impressão – e de formas surpreendentes
Por Pedro Fragoso, Responsável do Negócio de Impressão de Grande Formato
HP Portugal
Mesmo antes da pandemia, o design gráfico estava a transformar-se cada vez mais de um mundo linear e analógico para um mundo digital e programático. A impressão e o design impresso não eram exceção a esta tendência, com a impressão digital personalizada a desempenhar um papel cada vez mais importante em áreas como o marketing e a experiência do cliente. A resposta à COVID-19 parece destinada a acelerar esta tendência.
A sinalização pública desempenha um novo papel fundamental para ajudar as pessoas a sentirem que podem estar seguras e continuar a viver as suas vidas durante a pandemia. Nenhuma campanha de saúde pública significativa pode ser bem-sucedida a menos que o público tenha a informação certa, entregue de uma forma que seja fácil de compreender e de agir. Os profissionais de design e a impressão em grande formato são cruciais para que isso aconteça.
Por exemplo, em junho deste ano, a HP associou-se à empresa tecnológica 3M para criar uma gama de modelos de sinalização de saúde pública para comunicar mensagens de saúde pública chave relacionadas com o COVID. Estes incluíam a distância social e conselhos sobre a importância da higiene das mãos – todos eles disponíveis para qualquer pessoa utilizar através do PrintOS e do Centro de Aplicações HP.
Esta é uma forma de design – e especificamente design para impressão – que tem respondido aos desafios que todos temos vindo a enfrentar. Por muito importante que seja a necessidade urgente de informação a curto prazo sobre saúde pública, é provável que o design para impressão seja apenas a primeira de muitas formas em que a disciplina responde à paisagem de um mundo transformado.
O design num mundo distribuído
Em Nova Iorque, num dos principais centros mundiais de profissões relacionadas com design, como arquitetura e design gráfico, apenas oito por cento dos trabalhadores estão de volta ao escritório. Num inquérito recente aos trabalhadores americanos, 69 por cento disseram que preferiam continuar a trabalhar a partir de casa.
Como todas as outras, as profissões criativas devem agora encontrar uma forma de se adaptarem à nova realidade do trabalho remoto em equipas distribuídas. Um mundo em que os designers, os seus clientes e o seu público passam pelo menos tanto tempo em escritórios em casa como em estúdios, escritórios corporativos e espaços públicos. Este cenário vai tornar a flexibilidade e a personalização como factores mais importantes do que nunca.
Uma resposta óbvia ao novo normal passa por criar impressoras de grande formato e outras ferramentas de design que sejam compactas, fáceis de operar e fáceis de manter, e que por isso são adequadas para utilização no escritório em casa. E, claro, estas impressoras devem também responder à procura intensificada de produtos fabricados de forma sustentável.
Para muitas pessoas, o escritório em casa significa trabalhar no quarto livre. Em casas mais pequenas, isso pode até significar que esse espaço está já a ser utilizado como local de armazenamento ou alguma outra função adicional. O desafio então passa por criar impressoras que combinem a impressão em grande formato com um design compacto sem comprometer os pontos de sustentabilidade. Tais impressoras devem consumir menos tinta, devem fazer uso de materiais reciclados sempre que possível, e devem também ser fáceis de configurar, permitindo ao mesmo tempo uma colaboração fácil e eficaz. Felizmente, estas são precisamente as áreas priorizadas pela HP para desenvolvimento nas mais recentes impressoras HP DesignJet de grande formato.
Quer se trate da estreita relação de trabalho de um diretor de arte e redator numa equipa criativa clássica, ou da interligação de um arquiteto e um engenheiro civil – o design industrial e as indústrias criativas dependem de profissionais qualificados que trabalham em estreita colaboração. Na nova realidade de trabalho distribuído, os profissionais criativos necessitam urgentemente de flexibilidade nas ferramentas de desenho e impressão para acomodar a necessidade de colaborar, partilhar e rever em tempo real – em todos os locais.
Isto significa uma maior utilização de plataformas de armazenamento na cloud e de distribuição de conteúdos, mais fortemente integradas no processo de design do que nunca.
A personalização de fluxos de trabalho, dispositivos e ferramentas de design para o trabalho distribuído – a partir de casa, do escritório e no local, tornar-se-ão também fatores críticos de sucesso para os criativos. As empresas devem adquirir os dispositivos e ferramentas de desenho necessários para se adaptarem a este novo estilo de trabalho mais cedo, em vez de mais tarde.
Os utilizadores autorizados devem também poder enviar ficheiros de e para dispositivos distribuídos, tais como scanners e impressoras de grande formato. Isto permitirá aos profissionais criativos fazer a prova, marcação e emenda de ficheiros em tempo real, tal como fariam ao trabalhar no mesmo local.
Os serviços de impressão devem encontrar-se com os clientes onde eles estão – online
Os fornecedores de serviços de impressão devem esperar um aumento da procura de sinalização e outros trabalhos de design. Em alguns locais, os regulamentos e orientações que regem o distanciamento social mudam quase semanalmente.
É pouco provável que este cenário mude a curto ou médio prazo, uma vez que ainda existe claramente a necessidade de continuar a responder às últimas informações de saúde pública. Se, por exemplo, novas medidas de distanciamento social mudarem a forma como os compradores têm de se mover numa loja, há uma boa probabilidade de grande parte da atual sinalização promocional e informativa da loja poder ter de ser atualizada.
Para conseguir este tipo de redesign e impressão rápidos, respeitando o distanciamento social com o cliente, as empresas de design terão de utilizar as mesmas funções de colaboração e desenho colaborativo remoto quando interagem com os clientes que os designers gráficos e arquitetos utilizam para colaborar remotamente.
Os clientes devem ser capazes de informar a loja que disponibiliza o serviço de impressão, enviar ficheiros e marcar as alterações sem a necessidade de visitar realmente a loja. Devem ser capazes de imprimir – e permitir que outros imprimam – rascunhos e outros trabalhos em bruto numa gama de tamanhos, definições de qualidade, a partir de múltiplos locais durante o processo de finalização do desenho acabado.
As lojas de impressão físicas que têm a tecnologia e a perícia para oferecer esta facilidade – para criar produtos de grande formato personalizados, de uma forma que se adapte perfeitamente às necessidades e práticas de trabalho pós-pandemia – serão as que prosperarão durante os próximos 12 meses. E mesmo para além deste período, porque a boa notícia é que o que nasce da necessidade pode muito bem revelar-se uma vantagem, a longo prazo.
Mais personalização e “customização” significa menos desperdício, para começar, o que é bom para o resultado final e para o ambiente.
Também não há qualquer razão para pensar que as práticas – quer nas práticas de design, quer nas tipografias profissionais – irão simplesmente regressar ao ‘normal’, uma vez que a pandemia tenha finalmente passado. Os clientes e colegas habituaram-se a digitalizar, imprimir, desenhar, emendar e colaborar a partir de qualquer lugar e é pouco provável que queiram regressar a formas mais restritivas de trabalho.
Com as profissões de design a sofrerem uma grande mudança na forma como funcionam, aqueles investimentos concebidos para apoiar estas mudanças a longo prazo irão proporcionar retornos saudáveis muito depois de o COVID-19 ser um capítulo doloroso, mas felizmente fechado, dos livros de história.