Está em Proença a Nova, fora dos grandes centros urbanos e de decisão, mas isso não impediu que tenha conquistado clientes privados de prestígio e entidades estatais. Carlos Silva e António Serafim são os fundadores da Ambienti d’ Interni, uma empresa de projetos de interior que acaba de instalar a primeira Canon Arizona 1380 XT.
Dizem que são uma espécie de artistas plásticos, mas que, em lugar das
mãos, usam máquinas e tecnologia diversa. A ADI mistura produtos, tecnologias
e processos em prol do resultado final e sucesso dos clientes.
QUANDO É QUE SURGIU A AMBIENTI D’ INTERNI E QUAIS OS SEUS OBJETIVOS?
Esta empresa surgiu em 2007 com o objetivo de dar continuidade ao trabalho
de dois sócios, cada um com diferentes especialidades, que trabalhavam na área
da construção civil. Juntámos esforços e começámos a desenvolver projetos para
interiores. O que nos diferenciava na altura, em relação a todas as outras
empresas que estavam no mercado e que produziam mobiliário e decoração para
interiores, é que desde logo contratámos um designer interno para trabalhar na
nossa empresa. Assim, fomos trabalhando, não abordando apenas móveis,
equipamentos ou decoração, mas passámos a apresentar um projeto integrado.
Há 12 anos esta era uma abordagem pioneira e poucas empresas ofereciam
este serviço.
E COMO É QUE A ADI FOI ENTRANDO NO MERCADO?
A nossa forma de trabalhar passou para além da apresentação de um orçamento,
já que no centro de tudo estava a ideia e a sua execução. Desta forma, o
cliente estava a ver não apenas o valor do orçamento, mas sobretudo a receber
uma interpretação do espaço. A partir do design do equipamento agregávamos
comunicação e fazíamos a apresentação do projeto utilizando muita comunicação
visual.
“O que nos move são os desafios de cada projeto”
ESSA FORMA DE CHEGAR ATÉ AOS CLIENTES FOI CRUCIAL PARA GANHAR PROJETOS?
Sim, todas as apresentações de projetos passaram a ter uma forte componente
de comunicação visual e design. Estamos certos de que isso permitiu que a ADI
fosse ganhando nome e crescendo. Partimos literalmente do zero, não tínhamos
clientes e fomos à procura deles. Éramos muito inocentes e muitas vezes
apresentávamos uma ideia e um valor para um projeto e o cliente acabava por
ficar com a essa ideia e pedir depois cotação a outras empresas. Sem que
tivessem o trabalho de “pensar” o projeto, cobravam apenas a execução e
ofereciam um preço mais baixo.
Em cada 10 clientes ganhávamos dois ou três projetos e muitas vezes,
fruto dessa nossa ingenuidade, acabávamos depois por ver outros a “copiar” as
nossas ideias.
Queríamos tanto apresentar trabalho que íamos confiando, mas a verdade
é que por vezes víamos as nossas ideias feitas em outras empresas e isso era
frustrante. O mais curioso, é que assistimos a projetos pensados cá dentro, mas
depois muito mal copiados na execução, por terceiros.
As empresas, de âmbito local, que o fizeram estão hoje, 10 anos depois,
no mesmo
patamar, a fazer exatamente as mesmas coisas, no mesmo local, com a mesma
dimensão, com o mesmo “modus operandi”. Felizmente, saímos dessa forma de
trabalhar, não somos hoje tão inocentes e passámos a abraçar novos desafios,
dando vida a trabalhos mais complicados, porque se fosse fácil não nos
desafiava.
COM O TEMPO A ADI FOI GANHANDO PROJECTO DE GRANDE E DIFÍCIL EXECUÇÃO,
MAIS DESAFIADORES…
Sim, fomos
ganhando dimensão e experiência e percebemos que, para crescer, deveríamos
encontrar clientes maiores. Antes de chegarmos aos clientes públicos,
conseguimos clientes particulares, mas de dimensão, como a Auchan, outros da
área imobiliária, empresas de gestão de espaços comerciais. Acabámos por fazer
dois ou três projetos em centros comerciais como a remodelação do “food court”
do W Shopping de Santarém, da Auchan de Alfragide, da entrada principal do
centro comercial Alegro de Setúbal, entre outros.
Num período
onde a área da construção começou a passar por uma fase menos boa,
aproveitámos para nos dedicar mais a projetos públicos, pelo que pesquisámos
sobre contratação pública, para saber todos os requisitos necessários.
Neste
momento temos equipamentos que nos permitem trabalhar todos os produtos e
responder em escala e, esse é um requisito para trabalhar para o Estado.
A ADI DEIXOU DE TRABALHAR COM CLIENTES PARTICULARES?
Ainda
recebemos projetos de clientes particulares, mas estamos mais focados nos projetos
empresariais e públicos.
O que nos
move são os desafios de cada Projecto, a complexidade e execução. Por vezes
surgem trabalhos que misturam muitos materiais e, sabemos que só nós
conseguimos responder de forma global. É a dificuldade de cada trabalho
que nos permite sobressair porque respondemos a todas as exigências e customização.
Muitas empresas do mercado só se focam em oferecer preço e
quantidade e esquecem uma oferta de valor acrescentado.
Na ADI garantimos diferenciação, prazo, mesmo que seja
preciso trabalhar 24 horas porque queremos que os nossos clientes obtenham
bons resultados.
Um exemplo, foram as caixas de madeira que, fizemos para
as medalhas dos Jogos Olímpicos que decorreram em 2016 no Brasil. Focámo-nos
nos pormenores e o resultado foi uma caixa de madeira muito especial. O
cliente foi o Comité Olímpico do Brasil e depois deste Projecto seguiram-se
outros produtos.
PORQUE
É QUE A ADI CONSIDERA QUE PRESTA UM SERVIÇO DIFERENTE NESTE MERCADO?
Ainda nos chegam projetos
para criar espaços como cozinhas e salas, para que integrem elementos
diferenciadores mas, o que vemos, é que a maioria das empresas estão tão
focadas no fator preço que, se alguém quiser algo diferente, por muito simples
que seja, como escrever frases ou fazer uma impressão direta, por exemplo, dificilmente
encontra quem dê resposta a esse serviço. Em Portugal, quem trabalha em
alumínios, impressão ou molduras, só se dedica a isso.
Sei que, se tivermos
“in house” todas estas ofertas não conseguiremos ser tão baratos quanto os que
se dedicam apenas numa área, mas a verdade é que aquilo que os clientes querem
hoje, é diferenciação e personalização.
O cliente já não olha
só para o preço porque hoje os projetos misturam muitos materiais e são mais
complexos. Apesar disto, os clientes preferem trabalhar com quem possa
desenvolver o projeto no seu todo e não o dispersar por várias empresas ao
mesmo tempo.
COMO
É QUE TEM SIDO A DIVULGAÇÃO DO VOSSO TRABALHO?
O “passa palavra” tem
sido o nosso melhor cartão de visita e hoje em dia, é fácil as pessoas
chegarem até nós.
Há dois anos fomos a
empresa que construiu mais área de exposição, na BTL, com 3.800 m2 produzidos a
nível de stands. Sabemos que esta feira de turismo é uma montra de “caprichos”
e fizemos aí alguns dos nossos melhores trabalhos, sobretudo com a execução do
stand da Madeira.
Como sempre o stand
desta região de Portugal é fantástico, mas a grande diferença é que fomos fiéis
ao design e isso notou-se de tal forma que foi reconhecido mesmo com um
prémio.
A verdade é que aquilo que os clientes querem hoje, é diferenciação e personalização
RECENTEMENTE
A ADI INVESTIU NUMA CANON ARIZONA 1380 XT. QUAL O MOTIVO POR QUE APOSTARAM
NESTE EQUIPAMENTO?
Decidimos adquirir este
equipamento porque tem um software e uma prestação em termos impressão e
espessura diferenciada que outros não têm. A Canon é uma boa marca que nos
cativou.
A relação entre a
produtividade e velocidade é muito boa, mas na verdade esta última não nos
importa muito. Nesta máquina quem discute a velo cidade
está a fazer um mau trabalho. Foi sempre a diferenciação e o software deste
equipamento que nos captou a atenção por permitir fazer efeitos através de
camadas de tintas. Este equipamento é bastante interessante, faz a diferença
junto dos clientes, e as amostras touchstone que vimos, impactaram-nos
bastante.
A Canon Arizona 1380 XT está instalada há relativamente
pouco tempo, mas já desenvolvemos projetos onde a impressão foi essencial.
A
VOSSA ESTRATÉGIA PASSA POR INVESTIR SEMPRE EM EQUIPAMENTOS, MAS TAMBÉM NA
VOSSA EQUIPA. QUAL A IMPORTÂNCIA DESTES ITENS?
Contamos com uma equipa
preparada e equipamentos adequados para dar vida ao que o designer concebe.
Os designers têm alguma
fama de “pensar” projetos complicados, mas aqui na ADI parece que o nosso dom é
simplificar essas ideias. A Canon Arizona é um equipamento que é já uma mais
valia por nos oferecer soluções diferenciadoras em termos de impressão, como
tanto gostamos.
Muitas empresas
gráficas não estão preparadas para dar essa resposta flexível e nós estamos.
Comprámos esta Canon
Arizona e sabemos que ainda não rentabilizamos a máquina mas também sabemos que
aparecerão trabalhos onde este equipamento será fundamental. Os clientes não
sabem de muitas técnicas que podem usar mas, cabe-nos a nós mostrar as
valências que temos.
A Canon tem mais
valias, em relação à Agfa que tínhamos e detetámos essas mesmas oportunidades.
Quando falamos com o
cliente ouvimos sobre o que ele gostaria de ter nos seus trabalhos e pensamos
um pouco mais a frente, melhorando a sua ideia.
Por incrível que
pareça, muitos designers não sabem, por exemplo que dá para imprimir diretamente
nos materiais. Na área de decoração de interiores a impressão é mesmo uma mais
valia, um processo que nos permite melhorar a oferta com soluções aliciantes.
OS
PROJECTO MAIS ALICIANTES QUE TÊM DESENVOLVIDO ENVOLVEM SEMPRE UMA GRANDE MISTURA
DE MATERIAIS?
Sim, fizemos o Museu do
Dinheiro no Banco de Portugal e isso envolveu maquinação, impressão direta,
ferro, alumínio, Inox, etc. A parte conceptual, o desenho técnico ficou a
cargo da equipa técnica do Banco de Portugal, mas nós ganhámos um dos dois
concursos para produção. Para que isso acontecesse, recebemos esses técnicos
na empresa que vieram verificar tudo e, se possível fosse, excluir-nos, mas
acabaram por concluir que a solução que queriam estava na ADI porque
perceberam que temos tudo dentro de portas.
A impressão caiu 70%
mas o importante é olhar para o negócio e para o mercado. Os profissionais
olham muito e apenas para a sua área de negócio, não conseguem ver de fora e
estão muito centrados no que fazem.
Perfil ADI
A Ambienti d’ Interni atingiu em 2019 uma faturação de 4,5 milhões de euros e aponta para uma previsão de 5 milhões de faturação para 2020, mesmo e apesar da pandemia.
A empresa não entrou em lay-off, e pagou prémios de produtividade aos seus colaboradores.
O cumprimento de prazos e uma equipa com muita formação são segundo a sua administração os grandes trunfos da empresa de Proença-a-Nova. A ADI tem capacidade de expandir máquinas, de criar turnos e de gerir os 32 colaboradores que vestem a camisola da empresa.