Entre as palestras com que nos brindaram o Printalks houve uma que me chamou à atenção pelo seu protagonista ser um orador nato e por chamar a atenção para um aspecto que muito prezo – a questão da criatividade. Esta é importante em qualquer atividade, em particular, quando se trabalha em áreas criativas como o design ou a indústria gráfica, onde a abertura de espírito e a capacidade de inovar são requisitos obrigatórios.
Ouvi também durante estes encontros ser debatida a questão da quarta revolução industrial, a digital, à qual grandes pensadores e filósofos decidiram chamar pós-humanidade, uma vez que as relações humanas são agora mediadas por dispositivos electrónicos, que, ao mesmo tempo que tornam a nossa vida social mais adaptada às nossas necessidades, também a tornam mais acessível à invasão alheia. Em conjunto, designers e industriais gráficos, como o demonstraram o Printalks –, aproveito a ocasião para elogiar a organização do evento e o empenho da Dra. Ana Paula Cecília –, terão que aprender a gerir os grandes desafios do futuro, a tecnologia digital e a capacidade de inovar. Ambas exigem criatividade, uma vez que esta é o factor-chave do sucesso, o “motor de busca” de um futuro promissor em termos empresariais e/ou académicos.
Criatividade é gerir de formar original, pensar diferente, antecipar ou prever, criar modas, tendências e novas ideologias. Marcar ou demarcar um território de atuação, definir novas estratégias, não apenas potencializar, embora esta última esteja subentendida. A criatividade é importante para os estudantes, mas deve existir também no meio empresarial e comercial ou industrial. Gerir pessoas implica criatividade, a capacidade de tirar partido do melhor que cada um de nós tem, não só a capacidade de mobilizar um, mas todos ao mesmo tempo, de modo a pôr o “barco a remar” na direcção certa.
Algumas das empresas representadas no Printalks revelaram isso mesmo, que mesmo num universo ultracompetitivo conseguem propor produtos e soluções inovadoras, e, ainda, que são mesmo verdadeiras “incubadoras” de ideias, espaços abertos para que os jovens do futuro possam aprender e evoluir. Por outro lado, uma ou outra comunicação talvez precisassem de ser mais “apimentadas”, ou seja, utilizar no seu discurso mais recursos criativos, como uma boa oratória (entenda-se a arte do discurso informal) ou uma forma mais pessoal de apresentação e menos comercial.
Costuma-se dizer que um bom vendedor é aquele que vende sonhos, não produtos. E, era disso que todos estávamos a precisar nestes encontros, de viajar e sonhar um bocadinho.
Aproveito a ocasião para desejar umas Festas Felizes às minhas colegas da IG, a todos os leitores e, em especial, à Dra. Ana Paula Cecília que tem conseguido fazer desta revista uma referência a nível nacional, como o demonstra o próprio Printalks.