No planeta Terra, existem inúmeros ecossistemas em que milhões de seres vivos coabitam num único espaço.Nem sempre existiu uma harmonia perfeita entre ambos, porque há um ser que se encontra provido de competências psicológicas e motoras distintas.
Sim, trata-se do ser humano que procedeu à exploração excessiva dos diversos recursos naturais do planeta terra e intensificou a criação de produtos sintéticos e derivados, como o plástico. Todos os anos, cerca de oito milhões de toneladas de plástico vão parar ao mar. Em 2050, prevê-se que este número quadruplique. De acordo com o gestor de produto da Navigator Company, Pedro Silva, a utilização de sacos de plástico atingiu um número superior aos 40 mil milhões.
Importa salientar que o plástico é um derivado orgânico produzido com base no petróleo, que é utilizado como matéria-prima para a produção dos mais diversos produtos. Pedro Silva afirmou que “o fabrico destes produtos acarreta elevados riscos ambientais. A poluição dos oceanos surge como a principal consequência da produção de plástico.”
Segundo um estudo cientifico da Administração Nacional do Oceano e da Atmosfera (NOAA), com a evolução da indústria do plástico, os oceanos tornaram-se no local preferencial para o despejo massivo de plásticos domésticos e industriais. Desta forma, a canalização do produto sintético através dos oceanos, mares e rios provoca um impacto negativo no meio ambiente e, por consequência, contribui para a destruição dos ecossistemas marítimos.
A análise da utilização excessiva do plástico pode ajudar a descobrir a quantidade total existente no meio marítimo. Conforme referido por Pedro Silva, esta iniciativa ajuda a sensibilizar o público para a complexidade do tema. Segundo o orador do painel “Papel: uma solução sustentável para o problema do plástico”, do Printalks, revela-se necessário criar um “espírito de consciencialização” das massas. Para Pedro Silva, “é urgente que o público diminua o consumo de plásticos não renováveis e que opte pela utilização do cartão e de plásticos biodegradáveis.”
Por seu turno, os produtos derivados do papel provêm de um recurso renovável. No sentido inverso, os plásticos têm origem nos combustíveis fósseis, sendo por isso um recurso não sustentável, conforme a perspectiva do gestor de produto da Navigator Company.
O binómio do papel e do plástico está longe de revelar unânime quanto às vantagens e desvantagens do fabrico do produto. Há quem apelide o problema em torno da utilização do plástico de“folclore ambiental”. Apesar das sucessivas iniciativas para a consciencialização do problema, o designer e director da empresa Designglow, Bernardo Ferraz, acredita que não existe um “compromisso ecológico porque as pessoascontinuam a manter práticas rotineirasque implicam a utilização do produtonão renovável.”
Por sua vez, Lopes de Castro, actualpresidente da APIGRAF, acredita que apolémica em torno do plástico trata-sede um “problema comportamental, vis-to que a população continua a contribuirpara a poluição dos recursos marítimose a consumir cada vez mais plásticos.”
Há ou não há uma solução sustentável para o problema do plástico?
Para Pedro Silva, o papel é uma solu-
ção mais sustentável do que o plástico,
uma vez que se trata de um produto fa-
bricado a partir de recursos renováveis.
O gestor da Navigator Company acres-
centa que “as reservas de plástico não
são mantidas, porque são produzidas a
partir de um recurso fóssil.” Para este,
existe um maior índice de reciclagem do
produto quando comparado ao plástico.
De acordo com os estudos científicos
apresentados por Pedro Silva, durante
o painel da Printalks, os sacos de plás-
tico podem demorar cerca de 20 anos a
degradar-se, enquanto os sacos de papel
podem demorar um mês até desapare-
cerem de forma natural.
Tendo em conta o actual problema
do plástico, Pedro Silva revela-se preo-
cupado com o futuro do planeta, aler-
tando a sociedade para a necessidade
de “substituir materiais de origem fóssil
por produtos de natureza renovável”. Os
actuais estudos científicos da NOAA re-
velaram que a partir do dia 1 de Agosto
de 2018 esgotaram-se todos os recursos
naturais do planeta. Este dado preocu-
pante significa linearmente que a popu-
lação extraiu todos os recurso naturais
que a terra tinha para oferecer. Pedro
Silva argumentou que a aposta contínua
em produtos e materiais de origem não
renovável contribuiu para esta situação.
A adopção de uma atitude mais positi-
va em relação ao futuro é uma convicção
de Pedro Silva, ao defender que as inú-
meras inovações de embalagens podem
salvar o planeta. Para o gestor da Navi-
gator Company este processo encontra-
-se numa fase embrionária e perspecti-
vam se inúmeras inovações na área.
Perante a opinião generalizada de que
o papel destrói as arvores, Pedro Silva
afirmou que este é um material renová-
vel e, em simultâneo, de que o plástico
destrói ecossistemas e começa a delapi-
dar o planeta. Nos últimos dez anos, a
população mundial acabou por consu-
mir mais plástico do que nos últimos
100 anos do século XX. Perante estes
dados, o gestor da Navigator Company
sugeriu que o planeta está dependen-
te das possíveis inovações da indústria
biodegradável, apelando à criação de
soluções mais sustentáveis.