Carolina Afonso é desde o início do ano marketing manager da Konica Minolta e tem realizado acções de grande impacto e visibilidade em torno do fornecedor de equipamentos de impressão digital. Tem 36 anos, nasceu em Lisboa embora seja algarvia. O que mais aborrece esta algarvia da Fuzeta são as rotinas fixas e talvez por isso o que mais gosta no seu trabalho são os desafios, porque o que a motiva diariamente é fazer sempre mais e melhor!
Quem é a Carolina Afonso? Qual o seu percurso?
CA: O meu percurso profissional está ligado ao marketing, às TI e ao ensino universitário. Primeiro como gestora de comunicação no departamento de marketing da Listopsis (Grupo Liscic, que representa a Toshiba Printing Solutions) e depois como diretora de marketing da ASUS, durante 8 anos. Estou também ligada ao ensino como coordenadora executiva da Pós-Graduação em Marketing Digital do ISEG onde também dou aulas. Desde Janeiro que abracei um novo e entusiasmante desafio profissional como marketing manager na Konica Minolta.
De que forma chegou à Konica Minolta?
CA: Através de um processo de head hunting.
Que ideia/imagem tinha da área gráfica antes de chegar aqui?
CA: Tinha a perspetiva de cliente, devido aos vários projectos de marketing que incluem produção de peças gráficas em que estive envolvida ao longo do meu percurso. A ideia/imagem que tenho foi na maior parte dos casos filtrada, pois muitas vezes o ponto de contacto gráfica – departamentos de marketing é feita através de agência. Agora que estou envolvida diretamente com a área gráfico vejo que há muito potencial não explorado sobretudo ao nível de marketing e comunicação junto do público-alvo.
Quais foram as sua principais prioridades quando entrou na Konica Minolta em termos de conhecimento da empresa, mercado, players, etc?
CA: A minha prioridade foi num primeiro momento conhecer a vertente interna, nomeadamente a cultura organizacional da empresa, estratégia e objetivos e depois a vertente externa, mercado, concorrência, fornecedores e outros stakeholders.
Este desafio está a ser exactamente como pensou ou supera as suas expectativas?
CA: Tento não criar expectativas para estar livre e menos condicionada. Encontrei uma empresa multinacional gigante, com uma história e um legado e que está em pleno processo de transformação digital. Fazer parte desta transformação é muito gratificante.
O que acha que será preciso acontecer nesta área para que ela se torne menos “cinzenta”?
CA: Acho que é necessária uma transformação ao nível da orientação para o cliente, com maior enfoque no marketing e na comunicação. É necessário um plano de marketing mais concertado ao nível do sector que reflita o alinhamento entre a estratégia, objetivos e plano de ação. Apostar na comunicação e tirar partido dos novos meios digitais para chegar ao público-alvo de uma forma mais efetiva e demonstrando inovação parece-me essencial.
Quais as principais lacunas que tem encontrado nesta área?
CA: Creio que existe a necessidade da área gráfica se reposicionar no top of mind do seu público-alvo, e deixar de ser vista como o último elo da cadeia de valor. A tal aposta no marketing e comunicação que já referi tem um papel essencial para marcar esta viragem.
“Apostar na comunicação e tirar partido dos novos meios digitais para chegar ao público-alvo de uma forma mais efetiva”
Carolina Afonso, directora de Marketing Konica Minolta
O facto de ser mulher num meio onde o universo masculino ainda é superior traz alguma desvantagem, ou pelo contrário é um argumento positivo ou mesmo totalmente indiferente?
CA: Gostava de acreditar que é indiferente.
Considera que o facto de ter vindo de fora, lhe permite ter um olhar mais crítico em relação aos conceitos e preconceitos que encontramos na área gráfica e indústria em geral?
CA: O ter vindo de outro contexto, ainda assim não muito distante, ajuda pelo facto de não estar condicionada e conseguir olhar para as situações num outro prisma. É mais fácil pensar “out of the box”, trazer ideias novas e pô-las em prática.
Como tem sido o feedback/apoio que tem recebido de todos dentro da Konica Minolta?
CA: Fui muito bem acolhida e o feedback tem sido positivo.
A comunicação está na base da sua formação. Acredita que a impressão tem futuro?
CA: É apenas uma questão de reposicionamento no mindset dos decisores e de se acrescentar valor à oferta. E há muitas oportunidades nesta nova era digital para serem aproveitadas!